terça-feira, 2 de dezembro de 2008

saudades de um palhaço

e no meio do picadeiro triste, desse circo sem futuro, venho a ti mostrar meus olhos tristes. meu sorriso mentiroso, pintado a vida inteira, pra dissimular a lágrima que rola incessante.

diante da seleta platéia de ninguéns, conto piadas sem graça ou repetidas, tantas vezes que já não mais servem, nem para ilustrar uma história.

na corda bamba insisto em me manter, porque de todas, a maior verdade é que o show tem que continuar.

um palhaço de um circo escuro, sem futuro...

lembro-me com saudades do palhaço das perdidas ilusões.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

meu segredo

é mais um segredo.

mas esse eu nao quero contar pra ninguém, desse eu prefiro não compartilhar. minha arte é meu medo, mas isso aqui não é medo, é covardia. é aquela coisa que a gente nem pode falar, que não se ousa pronunciar, que não se conta pra ninguém. aquela dor que rasga e sangra e fere. é daquilo que a gente esconde, disfarça. quem me vê sorrindo nem sonha o quanto tá doendo. o gelo que é meu coração agora. não me reconheço mais em mim. troquei de eu, e agora, me lembro com saudades daquilo que eu já fui. seria lindo, assim, se eu fosse quarenta anos mais velha, e já tivesse visto tudo, e vivido até morrer. se eu já fosse mãe-avó-madrinha-tia, seria lindo! se não fosse um desabafo de alguém que ainda não viveu. que jogou no esgoto a maior de todas as chances até hoje, nunca tive muitas... se eu tivesse te aceitado, hoje eu seria outra...sempre penso que minha solidão é meu castigo, que o que eu fiz não se faz, e que tudo tem um preço. e que o meu é ser sozinha, andar no escuro. por conta do meu medo, meu castigo é o desamor. acho que é isso, eu não sei amar...

agora eu caminho sozinha, sem destino, sem parada, sem seguro.

seria muito bom fazer disso meu diário, de estranhos, meus ouvintes e da minha dor, minha arte. seria incrível.

talvez eu me achasse...´

se eu pudesse falar de mim, assim abertamente, sem medo do julgamento do mundo...

queria sair da penumbra, andar ao sol, e ficar feliz...

e to falando de morrer...